segunda-feira, 22 de junho de 2009

Aquecimento global ameaça rede alimentar dos oceanos

A base fundamental da rede alimentar dos oceanos encolhe à medida que os mares do mundo se aquecem, mostram novos dados de satélites da Nasa. A descoberta deixa cientistas preocupados com a alimentação das gerações futuras da vida marinha. Os dados mostram uma ligação significativa entre o aquecimento das águas - seja tanto pelo fenômeno El Niño quanto pelo aquecimento global - e uma redução da produção de fitoplâncton, de acordo com estudo que será divulgado na edição desta semana da revista Nature. O fitoplâncton é composto por plantas microscópicas que alimentam os pequenos animais que, por sua vez, alimentam os grandes animais marinhos. "Todo o resto da rede alimentar será afetado", diz o oceanógrafo Scott Doney, do Woods Hole Oceanographic Institute. "O que é preocupante é que pequenas mudanças na base da rede podem levar a mudanças dramáticas em partes mais elevadas" do sistema ecológico. Este é apenas mais um estudo a mostrar que os efeitos nocivos do aquecimento global não estão apenas a caminho, mas já chegaram e podem ser confirmados cientificamente, afirmam pesquisadores. Um satélite foi designado pela Nasa para acompanhar a temperatura do mar a produção de fitoplâncton entre 1997 e 2006, e descobriu que, na maior parte dos oceanos, quando um desses fatores sobe, o outro cai - e vice-versa -, afirma o principal responsável pelo trabalho, Michael Behrenfeld. Conforme as temperaturas da água elevaram-se entre 1999 e 2004, a safra de fitoplâncton caiu de modo significativo, em cerca de 200 milhões de toneladas ao ano. Uma média de 50 bilhões de toneladas de fitoplâncton são produzidas a cada ano, diz Behrenfeld. Esta é, pelo menos, a terceira pesquisa publicada, nos últimos seis meses, a mostrar que efeitos negativos do aquecimento global, temidos há anos, já estão acontecendo. Um estudo publicado meses atrás apontava conexão entre o aumento nos incêndios florestais nos Estados Unidos à mudança climática, e um enorme levantamento mostrou que dezenas de espécies, animais e vegetais, estão sendo levadas à extinção pela elevação das temperaturas. "O que estamos vendo é uma avalanche de efeitos", diz o biólogo Stephen Schneider, da Universidade Stanford. "Conforme esquenta e medimos mais coisas, a evidência se acumula". Fonte: Estadão Online

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