segunda-feira, 22 de junho de 2009

Testes nucleares duplicaram mutações genéticas no Homem

Os testes nucleares realizados pela ex-União Soviética no Cazaquistão duplicaram as mutações genéticas entre a população que esteve exposta à radioactividade entre 1949 e 1956, indica um estudo publicado hoje que a revista Science.

O estudo, realizado por um grupo internacional de investigadores, encontrou um maior número de mutações hereditárias entre a primeira geração que suportou os efeitos dos testes.

As análises foram efectuadas em 40 famílias que viveram pelo menos durante três gerações nas áreas rurais de Beskaragai (que é hoje o Cazaquistão), nas proximidades de um centro de testes nucleares situado em Semipalatinsk.

Neste centro foram realizados 470 testes nucleares, à superfície e debaixo da Terra, entre 1949 e 1989.

No entanto, a maior quantidade de radiação recebida pelos habitantes da zona corresponde a quatro testes de superfície realizados pela antiga União Soviética entre 1949 e 1956.

A investigação baseou-se na análise de amostras de sangue, com o objectivo de comprovar de que modo a radioactividade está associada às mutações genéticas hereditárias, que se consideram ser uma das principais causas do aparecimento de diferentes tipos de cancro.

As análises, segundo explicou Yuri Dubrova, do departamento de Genética da Universidade de Leicester (Reino Unido), identificaram 1,8 vezes mais mutações genéticas entre a primeira geração que experimentou os testes.

A proporção de mutações genéticas hereditárias foi diminuindo ao longo das gerações.

Os autores da investigação consideram que a proibição de realizar testes nucleares de superfície, adoptada por Moscovo em 1963, "foi eficaz para reduzir os riscos genéticos da população". Para os investigadores, a população que vive perto do centro de testes nucleares é um bom exemplo para o estudo dos efeitos que têm as radiações ionizantes nos seres humanos.

Exemplo de teste nuclear

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